ESTRANHOS



Como se fossemos companheiros perfeitos
Andamos, andamos, sem rumo, sem similaridades
Somos estranhos
Estranhos em nossos próprios devaneios
Mas parece que nos encontramos aí mesmo
Nesse ponto de luz entre o dia e a noite


Não importa em que lugar da vida eu me perdi de você
Não importa nem se eu me perdi
Basta ver-mo-nos como sempre: solitários
E mesmo assim, seguimos...
Andando
Estranhos
Nem sabemos nossos nomes mais
Sua aparência destoa da minha
E a minha da sua
Há uns mil anos
Seguimos estradas que não imaginamos
Nem nos sonhos mais brilhantes dessa galáxia de neurônios


A vida é uma graça
Doce, harmoniosa, mas sim, um poço de desencontro
Queremos ser os mesmos anjinhos do ontem
Mas nem sabemos se já conseguimos vestir as asas do amanhã
Hoje, somos apenas ESTRANHOS
Essas sombras que me cercam são montantes do percurso
Doloroso, solitário, sem sua companhia
Inusitado ao rever
Como em espelho, que tudo mudou
O que permanece é só essa consciência de que algo
Algo muito nobre é na verdade
O meu eu
O meu mundo
Estranho.

Comentários

Postar um comentário